Brisa de libra
Subo nos muros para sentir a brisa fria do outono.
Enquanto as folhas caem, fico lembrando o tempo que
passou.
O que as brisas sopram em meus ouvidos, jurei por morte
jamais contar; mas falavam sobre você, meu amor.
No alto do muro, tenho a solução deles, me jogando lá de
cima.
No alto do muro, não sei se me entrego a essa paixão ou
se desisto de uma vez de você.
No alto do muro eu posso não decidir, fingir, esconder.
Assim como um gato, pelas madrugadas, eu fico no alto
olhando a paisagem.
Ninguém sabe o que passa pela minha cabeça, ninguém sabe
se sou selvagem.
No alto desse muro deixo a brisa me ajudar; ela soprará a
favor do melhor lado.
Pena que não caio em pé, como um gato.
Se eu cair, vou sair machucado.
Mas quando eu cair foi a brisa que me impulsionou; ela
decide se eu fico ou se eu vou.
Brisa, me dê um conselho, por favor.
Refresque minha cabeça, leve minhas memórias assim como
as folhas das árvores.
Brisa, me ajude a ser feliz.
Sopre em mim brisa leve, desequilibre-me a favor do
melhor lado.
Brisa de libra, imploro-te, deixe-me cair; decidir.