terça-feira, 11 de novembro de 2014

Estações: estas foram

Estações: estas foram


O tempo virou: agora está pra chuva, não está mais pra você.  É a hora da limpeza natural, um encerramento de ciclo, que tende ao início de qualquer outro.

O clima ruim e ar sombrio que nos açoitava, passaram. A tempestade veio e purifica: esperança, vontades, interesses.  Tudo agora brota, tudo tende a desenvolver. Chega de mortes, a nossa foi a última desta estação.

O tempo estava fechado demais para um coração tão aberto: eu me abri, me coloquei à disposição. Você me enclausurou, não me deu opções. Eu não queria jogar seu jogo, afinal, nunca tratei relações como disputa.

Você me perdeu. O fato de não estarmos mais juntos é o nosso, senão o meu prêmio. Eu dispenso subir ao pódio, por não querer te ver ainda mais embaixo.

Nossa primavera passou e nada mais brota. Nosso verão também, pois nada mais esquenta.  Mantivemo-nos no outono que nos desestimulou, e insistimos no inverno que nos solidificou desmotivados.

A chuva veio para limpar, tirar da sociedade mais essa relação estragada pelo passar do tempo.  Agora, percebo que meus olhos são como o céu, e acho que estou chovendo também. Eles viram demais e agora querem me livrar das impurezas que essa experiência acumulou.

Você sabe tudo que fez e deixou de fazer, e nós dois sabemos o resultado disso. Se eu mantive até agora, coagi um pouco com a maneira que você me tratava. Depois que percebi que eu merecia menos desconsideração, pontuei.

Não sei em qual estação estou, mas sei em qual tempo estamos: o pretérito. Só estou esperando as chuvas passarem para te colocar definitivamente no passado, e então sentir passar, acabar de vez. Assim, posso viver plenamente esse presente que achava ser um futuro tão distante.
Estou a alguns nasceres do Sol para sentir a liberdade e o prazer em respirar um ar puro. Mesmo estando quase só, sei que é isso que faltava para atender a necessidade que tinha de um novo tudo.

Minha Primeira Pessoa


Minha Primeira Pessoa



Acho que cansei de mim. Estou sem ânimo para continuar o que sou, sabe?

Sinto-me raso, vago, inconcluso. Na verdade, sequer sinto a mim.

É estranho e incômodo sentir que o vazio é o que preenche. Estou disperso: tem um pouquinho de mim em cada canto, mas nada aqui comigo.

Eu não sinto ser, não sinto estar e não sinto sentir. Eu simplesmente não sinto mais. Venho adiado dias, experiências e até minha visita.

Meus olhos abrem, mas eu não enxergo. Eu levanto, mas eu não acordo. Eu ando, e não chego a lugar algum. Eu vivo, mas pareço morto.
Eu sorrio, mas estou sem graça. Eu sou eu, mas estou sem mim.

Eu não estou perdido, confuso ou tonto. Eu apenas não sei onde estou e quem é que está lá, ali, ou aqui em mim.

São tantos “eu”, mas nenhum meu. São tantos “mim”, mas nenhum aqui. São tantos “sou”, que parece que o meu acabou.

Tenho um recado a mim mesmo: você é bem vindo, volte logo. Sinto sua falta.  Mas, caso alguém me veja por aí, fale comigo onde estou para eu ir me buscar.

I chose you, but you didn’t choose me ♫


I chose you, but you didn’t choose me ♫



Most of things are used to happen by their own way
Just sometimes, in some really rare little times
They go near of what we wanted
I wanted you to be by my side
I wanted you here with me, at home watching TV
Lay down inside my sheets during the nights

I remember about what I told ya.
I said that’s I was in love
I wasn’t confused, I was so sure
As I still am.
I’d take a risk
I’d like to live it
And you know.
But you’re just afraid
You were just playing a game
That I did more than press pause
I said: it’s game over.

But remember…

I chose you
But you didn’t choose me
What can I do,
But leave?
I wanted to give
My love to you
But you don’t want to
Give your love to me
I want to be loved
I really need it
But seems you just want to exhaust
Me

I still dream about you trough the nights
My bed still waits you to fill the right side
As you are already inhabited in a left one
So deep inside of me
Strong and present like the beats
That keep us alive

As I can’t control our direction
I’m just gonna ask a final thing
You could get anything you wanted of me,
Why you chose the deception?
It’s your game, don’t  you wish to win?

Just remember that…

I chose you
But you didn’t choose me
What can I do,
But leave?
I wanted to give
My love to you
But you don’t want to
Give your love to me
I want to be loved
I really need it
But seems you just want to exhaust
Me

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Siga, enfrente

Siga, enfrente


Vá em frente e enfrente. Dê o seu melhor. Não faça de qualquer jeito, faça do seu jeito.

Se for preciso saia de você, sem sair de si. Esforce e force.

Supere, surpreenda-se. Motive-se, afinal,  você é o motivo.

Começou? Termine. Mas, termine bem feito para não ter que remediar ou ser refém do incompleto.

Lute por si, sua felicidade.  Tenha os mais poderosos dos aliados: você e Deus.

Acredite e mais que isso, tenha fé.  Você é o motivo, enfrente.

Seco

Seco


Não é porque o clima está seco, que nossa relação deva estar assim também. Sinto falta dos nossos beijos, nosso suor, de nós dois fundidos pela paixão.

Nada mais brota nesse deserto em que vivemos agora. Está tudo morto, árido, seco. Tudo, nessa nossa atual situação, está mais difícil. – até mesmo desejar um “bom dia”, sabendo que o clima não vai colaborar com isso.

O que era a nossa fonte, a paixão? Foi ela que secou, esgotou e acabou?

Agora o que resta são dois corpos sedentos, que pior que não terem obrigação de estarem juntos, não têm motivos. Eu ainda olho nos teus olhos para ver se encontro a luz no fim do túnel, mas a única coisa que vejo é um desvio.

E se eu ainda quiser sua atenção, seu toque, seu carinho? E se eu ainda quiser ter tudo àquilo que você prometeu, eu simplesmente paro de aguar e deixo morrer? – um pouco egoísta com os sonhos que tinham a esperança de tornarem-se reais, mas tudo bem!

É bem lamentável tudo isso. Você me afoga para depois me matar de sede? Eu agora teria que sugar de você, gotas de boa vontade? Isso é pedir demais a quem oferece tão pouco.

Como você consegue se bastar e lidar com as gotas salgadas que ando lhe retribuindo? Elas escorrem e mancham meu rosto, me modificam por dentro e por fora, e você apenas ignora.

Mesmo assim, caso se interesse saber, eu estou bem. Estaria melhor se não estivesse morrendo de sede, mas isso passa.  Mesmo engasgado e sufocado pela secura, ainda acredito na chuva de realidade que nos escorrerá para onde tivermos que estar.  – que seja eu ali, você lá.

Espero que essa tempestade que está por vir, não faça lambança e sim lembrança. Não quero ficar atolado na lama, sequer no fundo de poço.

Enquanto a chuva não vem, feche o registro, meu bem. Não desperdice mais água, porque eu não vou desperdiçar mais meu tempo. A natureza e minha sanidade agradecem por parar de pingar. Já demos o que tínhamos que dar, aceitei que é melhor faltar água, do que faltar ar.

You complete me ♫

You complete me ♫


You complete me
Taking me pieces, parts
That I don’t care, you
Got the power to make it all looks better
I want more, I just can’t get enough, love
I want you, I
Really need you, cause
You complete me
Taking me pieces

But, baby you
Gotta know
What’s true
What I gotta hold and
Keep with me
It’s like the snow
In the harder winter
It belongs to the scene, you know

A paradise, it’s only good
Through the eyes of who
See what it’s looking for
And when it finds
Believe that’s pure
What you’re doing to me
It’s for us
You’re taking bad things
And are filling with love

You complete me
Taking me pieces, parts
That I don’t care, you
Got the power to make it all looks better
I want more, I just can’t get enough, love
I want you, I
Really need you, cause
You complete me
Taking me pieces

You take a rude rock
Start to cut, and
It cries, and
It feels it’s dying
But in the end it smile and shines

You complete me
Taking me pieces, parts
That I don’t care, you
Got the power to make it all looks better
I want more, I just can’t get enough, love
I want you, I
Really need you, cause
You complete me
Taking me pieces

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Demais de mais

Demais de mais


Você perguntou o porquê de eu estar tão seco. Eu achei que você soubesse que depois que sangra, seca. É assim com os machucados, é assim com as pessoas. 

Você me feriu, arrancou pedaços, desestimulou.  Agora reajo dessa forma, e talvez isso seja apenas uma resposta do meu organismo (subconsciente) quando o assunto é você.

Eu esperei demais, eu pedi e insisti demais. Eu fiz tudo demais, de mais. Acreditei, dediquei e sofri, tudo em exagero. Sou responsável pelo que luto, pelo que insisto, eu sei. Por isso sou proporcionalmente responsável pelo que sinto e deixo de sentir. – mesmo tendo uma significativa participação dos lucros, você só tem uma colaboração mínima nisso tudo.

Achei poder contar com você, mas você não é um número, matemática, sequer uma pessoa exata. Você é volúvel quando o assunto é ficar, principalmente ficar comigo.

Você prometeu, jurou. Usou o nome do amor para me conquistar. Isso levou tempo, mas você ainda assim insistiu. Se isso tudo era um jogo, por que você não me chamou só para brincar? Se eu estivesse buscando por diversão, eu adoraria. Mas, estou tão cansado disso.

Me jogue para cima, ou até pra baixo. Mas, não se atreva me jogar para escanteio. De lado, eu fico observando sua maleficência, descobrindo suas armas e táticas. – é uma pena, mas você envolveu com uma pessoa empática.
Mas, se é de lado mesmo que você quer me colocar, então escolha o lado esquerdo do peito, e tenha consideração e respeito na forma que for me tratar.

Não peço que entenda minha decisão, não espero isso. Não sei se percebeu, mas não vale a pena esperar muito quando o assunto é você, ou nós. A única coisa que eu aguardo são as voltas do ponteiro desse maldito relógio de pulso que você me deu.  Afinal, nisso você acertou: eu realmente preciso de tempo.


Os ponteiros podem até girar e o mundo pode até dar suas voltas. Mas, saiba que isso tudo serve para apertar o meu bom senso que anda frouxo. Eu não voltaria pra você, até porque, a gente só volta para onde já esteve, e no nosso caso, eu apenas quis estar.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Paixão fone de ouvido

Paixão fone de ouvido



Neste ano comprei três fones de ouvidos. Todos duraram em média dois meses, no máximo. 
Percebendo isso, assimilei às paixões que vêm, servem para alguma coisa e depois se transformam em laços avulsos que cabem a nós jogar fora, ou nos enforcar.

Engraçado como esses fones de ouvidos baratos atendem as nossas vontades assim que adquiridos. Ficamos deslumbrados com a união de beleza, funcionalidade, facilidade e preço. Achamos ser um presente divino ou extraterrestre. Nisso, pensamos: “dessa vez é pra ser”. – damos um suspiro e começamos a acreditar no amor à (primeira) vista.

 Ficamos com medo de perder ou estragar esse “presente”, dando a ele um valor ignorantemente inquestionável. Esse fone de ouvido significa a sorte, o raro, o impossível. Tudo que sempre queríamos, agora em nossas mãos, e ainda sussurrando tudo que queremos ouvir. – como não apaixonar?

Como o tempo é o árbitro de qualquer coisa nessa vida (e nas outras), a relação com o fone de ouvido, tornou-se um pouco rotineira. Mas, ainda sentimos sua importância, mesmo com alguns zumbidos que ele provoca de repente, ainda contamos com sua presença indispensável em nosso dia-a-dia.

Um pouco mais de tempo passa, e o fone de ouvido começa a querer ditar as regras, escolhendo qual lado quer ficar (tocar). – esquerdo ou direito. Nisso, aquele nosso deslumbre torna-se medo. Medo de termos nos enganado mais uma vez, ao acreditarmos que um fone de ouvido (barato), duraria para sempre.

Começamos então a cogitar hipóteses de investir em algo mais original (verdadeiro) e menos compulsivo (impulsivo). Mas, ainda estamos presos à petulância e decepção do fone de ouvido, que funciona só do lado que quer. Afinal, queremos acreditar que ele pode voltar a ser o que era antes, e até nos surpreender de novo. – o velho efeito da dopamina em nós.

Até que um dia, o fone de ouvido escolhe não funcionar conosco, decide não estar do nosso lado - nem esquerdo, nem direito. Então, simplesmente acaba, morre e nunca mais toca. Tentamos reanimar sua função e nossos sentimentos, pois ainda precisamos dele, ou pelo menos acreditamos nisso.

A questão é que demos e damos valor demais a coisas que pior que substituíveis, são até descartáveis. Assim acontece com fones de ouvido baratos, assim acontece com algumas paixões que insistimos em querer transformá-las em amor.

A conveniência de estarmos juntos àquilo que julgamos necessitar, nos encarcera num ciclo vicioso de decepções.  A cada nova experiência, cremos estar felizes, enquanto sequer estamos satisfeitos. Parece até que tentamos provar a nós mesmos o quão tolos conseguimos ser!

Se não conseguimos juntar uma quantia de dinheiro suficiente e comprar um fone de ouvido que preste, quando seremos maduros o bastante para investirmos numa relação que valha a pena?  Quando iremos lembrar que a impulsividade é compulsiva, e que essa compulsão só acaba em decepção?

Temos que saber quando e com que/quem gastar nosso dinheiro e tempo. Quero um fone de ouvido que dure e toque dos dois lados. Quero alguém que não só esteja, mas fique comigo, e também me toque. – em todas as partes e vertentes.

Não basta isso ou aquilo ser apenas útil, na verdade, precisamos de muito mais que isso para sermos felizes e satisfeitos. Por isso, eu já pedi licença a essas “paixões fone de ouvido”. Paixões essas, que nos encantam por pouco tempo, e acabam dando prejuízo. Pra mim, chega de sentimentos baratos! E para você?