quinta-feira, 11 de outubro de 2012

"Por trás dos olhos das meninas sérias"


"Por trás dos olhos das meninas sérias"

 

Olhos fechados, não quero acordar
Deixe para depois, tudo pode esperar
Nada depende só de mim, cada um tem sua vida
Eu não fiz nada sozinha, ela também é sua filha

Morre você, morre eu, não morre ninguém
As coisas morrem naturalmente
Como as ondas do mar, vidas vão e vem
Insistentemente

Encontrei um amor só não me encontrei ainda
Seja como for, deve fazer parte da vida
Cada cigarro que fumo, me alimenta e intoxica
Me sinto só e sem rumo, a felicidade é de quem arisca (...)

Aprendi isso com uma professora,
no sentido literal da palavra.
Podem até existir coisas boas,
na dúvida descruze as pernas e só abra.

Amigos meus desistiram, será que desisto também?
Quanto vale uma vida mal vivida, me pagariam bem?
No caso da dúvida, matarei você em mim e você aqui
Não quero mais que viva, de você já desisti

A ressaca traz memórias perturbadoras
A ressaca me faz reviver a vida
Se minha história me perturba
O que me resta a não ser considerá-la já lida

Me deixe dormir, sou uma alma perdida
Na cama há só matéria
Essa vida mal vivida só pode ser compreendida
Por trás dos olhos das meninas sérias.

*Poema baseado na peça teatral, "Atrás dos olhos das meninas sérias".


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