Tornado – acho que tem um beija-flor voando em você
A vulnerabilidade me pegou - um pequeno beija-flor
pousado em um muro em pleno outono. Estou ao dispor mesmo sem querer.
Sinto meu coração bater e o ar entrar pelas minhas narinas
e sair pela minha boca. Sinto-me sendo observado, analisado e perseguido. Estou
vulnerável a ventos fortes, estou vulnerável à confusão – maldito tornado que
circula.
A brisa de libra – aquela antes desejada- não balanceou,
ela nem sequer existiu. A brisa evoluiu e virou vento, tempestade – me carregou
e atordoou.
Eu me pus vulnerável a ela, mas só naquele momento –
meados de março - e ela, esperta, conquistou força e me levantou nos meados de
junho.
A vulnerabilidade que me invade é resultado da cura.
Estou curado daquele falso amor. E estou vulnerável a descobrir novos –
verdadeiros ou não.
O vento me ergueu e estou à mostra.
Parece que estou contando estrelas no céu; uma, duas,
três... sessenta e cinco – quantas mais ainda restam para eu catalogar na minha
memória? Todas que surgem julgo ser a cadente, a realização do meu sonho – amar
e ser amado.
Mas, sei que não é nada disso, sei que a estrela certa
cairá em mim e brilharemos juntos.
Quero descer senhor tornado – solte-me.
Não me deixe tão exposto, tenho medo. Eu sei voar,
deixe-me sair de suas ondas de vento que circulam e me deixam tonto/confuso.
Já escrevi sobre você antes, já compus sobre você antes –
você é um dos meus temas preferidos - medo do amor, não é o meu tema preferido e
sim, o medo de amar.
Então, “Tornado, você está estragando tudo. Tornado volte
a ser uma brisa. Eu só quero que você se desfaça, como tudo que costumávamos
ser. Nada volta a ser o mesmo, quando os tornados passam.” Cantei isso pra
você, escrevi isso pra você. Nãos seja ingrato, me deixe ir.
Tornado, deixe-me ir ou serei forçado a aceitar a
vulnerabilidade e a usarei contra você- que viva o melhor. Aprenderei a voar em
suas voltas e você não me ameaçará mais.
Deixe-me ir, ou melhor, vamos comigo então.
Cansei de lutar contra algo imensamente mais forte que
eu. Tomarei um Plasil para não me enjoar de tanto te circular- sou o rei da
adaptação e acho que finalmente aprenderei a amar.
Tornado, acho que tem um beija-flor voando em você!
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