Não posso abrir mão, se nem ao menos pude abrir as portas
pra você. O que você tem a dizer sobre nossa chance, sobre nosso espaço no
tempo? Vamos mesmo deixar isso ir e ignorar o fato de nunca termos parado e
agido feito gente grande e conversado?
Sempre que vejo uma foto sua, ou avisto alguém parecido
na rua, perco a estabilidade. – meu dia desanda.
Esses dias mancados, que tropecei no desejo de te
conhecer melhor, não me deixam criar, não me deixam fluir.
Eu queria ao menos, a chance de ter uma conclusão.
Eu quero: saber se seu beijo é bom, se seu abraço acolhe
e protege. Saber se seu papo é interessante e se você sabe usar bem a nossa língua
- seja em qual significado quiser empregar.
Sabe?
Tenho vontade de jogar as cartas na mesa, pedir perdão e
por a culpa em mim. Mas, isso é render à paixão e eu não estou tão apaixonado
assim. Eu só não consigo mais, fingir
que está tudo bem e que não tem nada me incomodando.
Vou pela regra de três, vou tentar pela última vez. Vou
falar com velhos contatos e forjar uma eventualidade- nosso encontro. Vou
forçar o assunto até ele sair e desenvolver como conversa, diálogo.
Vou deixar você falar, vou poder falar também. Se não for
mesmo pra gente acontecer, que pelo menos possamos resolver.
Talvez somos almas-gêmeas, somos parecidos demais. Cada um
deveria estar num canto do mundo, então vamos descobrir, juntos, para que lado
cada um vai.