Paixão suicida
Que chatice, que impregnação. Onde eu aperto para você sumir,
sem ser num gatilho? Apesar de você já ser algo destruído, morto aqui dentro.
Não quero mais aturar o odor da sua decomposição, isso está me incomodando.
É impressionante como essa paixão suicida foi bem sucedida. Deixei o
tempo cuidar de tudo e você explodiu, desintegrou, sumiu.
Você se auto-destruiu apenas sendo quem você é, e isso é lamentável. Mas
juro, eu não tenho mágoas pelos seus erros, infantilidade e loucuras, tenho é
pena. Mas, essa pena não me deixa melancólico, sim irônico. As únicas palavras
que conseguem definir o que fomos ou até te definir, são derivadas do ridículo.
Os antigos desejos, hoje, me enojam e são repudiados com gargalhadas.
Quando penso naquela fase que tudo aconteceu, quase caio em sono profundo. –
tédio
Às vezes também caio no ócio, e desejo saber como vai ser o seu futuro.
Porque eram tantas propagandas negativas, coisas tão desanimadoras sobre aquele
passado, em contraste a tanta exaltação e adoração daquele presente, e de
repente você escolhe o que você não queria? É, isso é interessante e
instigante, por isso desperta a curiosidade.
A verdade é que você não iria dar conta. Era muita pressão, sou demais
de mais pro seu mundinho. Lidar com grandiosidades, não é para qualquer um.
Nosso contraste seria extremo. Você quer algo proporcional a você, e eu
concordo e apoio a sua escolha, e agradeço por ter me livrado de ti. - não é
legal mesmo navegar pelas ondas de um navio.
Concluí , depois de tudo, que toda jangada precisa de um remo. Então, sejam: vocês se pertencem. Mas, antes de qualquer coisa, não contem comigo na próxima crise (tempestade), e naveguem sozinhos nesse mar morto.