Estações: estas foram
O tempo virou: agora está pra chuva, não está mais pra você. É a hora da limpeza natural, um encerramento de ciclo, que tende ao início de qualquer outro.
O clima ruim e ar sombrio que nos açoitava, passaram. A tempestade veio e purifica: esperança, vontades, interesses. Tudo agora brota, tudo tende a desenvolver. Chega de mortes, a nossa foi a última desta estação.
O tempo estava fechado demais para um coração tão aberto: eu me abri, me coloquei à disposição. Você me enclausurou, não me deu opções. Eu não queria jogar seu jogo, afinal, nunca tratei relações como disputa.
Você me perdeu. O fato de não estarmos mais juntos é o nosso, senão o meu prêmio. Eu dispenso subir ao pódio, por não querer te ver ainda mais embaixo.
Nossa primavera passou e nada mais brota. Nosso verão também, pois nada mais esquenta. Mantivemo-nos no outono que nos desestimulou, e insistimos no inverno que nos solidificou desmotivados.
A chuva veio para limpar, tirar da sociedade mais essa relação estragada pelo passar do tempo. Agora, percebo que meus olhos são como o céu, e acho que estou chovendo também. Eles viram demais e agora querem me livrar das impurezas que essa experiência acumulou.
Você sabe tudo que fez e deixou de fazer, e nós dois sabemos o resultado disso. Se eu mantive até agora, coagi um pouco com a maneira que você me tratava. Depois que percebi que eu merecia menos desconsideração, pontuei.
Não sei em qual estação estou, mas sei em qual tempo estamos: o pretérito. Só estou esperando as chuvas passarem para te colocar definitivamente no passado, e então sentir passar, acabar de vez. Assim, posso viver plenamente esse presente que achava ser um futuro tão distante.
Estou a alguns nasceres do Sol para sentir a liberdade e o prazer em respirar um ar puro. Mesmo estando quase só, sei que é isso que faltava para atender a necessidade que tinha de um novo tudo.
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