terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Cate o vento

Cate o vento

Olho para o espelho e não reconheço aquele que costumava rir da solidão, por não reconhecê-la em seu mundo, mundo de fantasias (mimos da vida).
Abri a porta e permiti que muitas coisas entrassem inclusive você, esse novo eu.
Tinha pressa, receio, aflição. Não gostava do que sentia, daí então, comecei a voar no ritmo dos ventos.
Subi, desci, espalhei, refresquei calores, apaguei velas, ajudei a enviar pedidos. Causei tempestades, mudei intensidades (das águas que caem). Vivi.
Nada era capaz de me prender, eu era auto-suficiente; respirava-me, sugava-me, disseminava-me, bagunçava-me.
Não encontrei uma muralha que me impedisse, e sim, cata-ventos para me entreter, (como dói circular por entre estes cata-ventos mal feitos)... cortei-me com papel o que pra mim, é, um dos piores cortes; pequeno, quase insignificante, mas profundo, duradouro e impossível de ser esquecido enquanto aberto.
Aproveitei o momento e tentei me aproximar de Deus, mas, descobri que o espaço é vácuo, não conseguiria chegar até lá, (não sou digno).
O espelho reflete, de fato, um arco-íris, que pela luz da esperança divina por entre as águas que escorriam demasiadamente dos meus olhos, formou-se.
Foi quando parei e me desprendi. Larguei a solidão e o vento, agora vivo por pensamentos.
Foi bom e aprendi. Sigo agora essa curva colorida que, pra mim, simboliza a tristeza no céu. Espero que quando eu chegar ao fim eu possa pegar o tesouro, qualquer seja ele.

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