quarta-feira, 30 de maio de 2012

Aprendi a ser uma “giutolonga”.

Aprendi a ser uma “giutolonga”.

Aprendi durante esse tempo que vivi, algumas coisas importantes.  Aprendi que as palavras carregam consigo cargas. Às vezes positivas às vezes negativas, mas sempre pesadas!
As palavras existem para definirmos as coisas. Nomeamos objetos, ações, pessoas, tudo... com palavras.
Às vezes não as interpretamos da maneira correta. Às vezes nos confundimos com o que elas, as palavras, quiseram nos dizer.
Mas uma coisa é fato, as palavras nos deixam seguros! Ao dizer “aquilo é uma mesa”, aquilo pode até ser uma “mesa”, mas poderia ser uma “giutolonga” se eu quisesse, mas não, aquilo é o objeto que tem quatro pés ou três de apoio com uma superfície plana erguida e apoiada sobre os mesmos, podendo ser utilizada para estudo, para realização de refeições...etc!
ps. “Giutolonga”? Sim, oras, é uma palavra!
As palavras são representações. René Magritte deixa isso claro em sua famosa obra “La Trahison” a qual existe um cachimbo desenhado e um escrito em francês dizendo “isso não é um cachimbo”.
 As palavras nos asseguram, elas nos permitem identificar o que quer que seja.
Mas elas, as palavras, carregam consigo, além das cargas, uma armadilha!
E eu caí nela!
Há muito tempo eu venho tentando recuperar o que eu fui um dia, sabe? Tentei voltar a ser criança de novo, ou pelo menos, pensar como eu pensava... sentir como eu sentia... Eu tinha uma necessidade imensa de reviver estes momentos de minha infância, mas nada do que eu fazia adiantava.
Eu odiava essa minha fase atual sem saber o porquê.
Eu cresci tanto, mudei tanto (por dentro e por fora)... eu devia aceitar isso, mas não! Algo me incomodava, eu me sentia extremamente inseguro, faltavam-me palavras para definir o que eu transformei!
Foi então que descobri o motivo deu querer tanto reviver o passado, lá me sentia seguro, lá eu sei o que fui, lá eu podia me definir! Passou, analisei e defini. Nomeei.
Eu tinha palavras de sobra para identificar o que eu era.  Eu era “super seguro” do que eu fui! Talvez porque também, eu não tinha mais a opção de mudar nada! Passou, analisei e defini. Nomeei.
Meu presente era tão intragável, por isso, eu não sabia defini-lo, nem definir-me. As palavras me confundiam, torturavam. Eu tentei fazer o que mais odeio que façam, rotular-me por palavras.
Palavras julgam!
Eu tentava me julgar, acredita?
Outra coisa que aprendi é que não preciso definir o que eu sou. Como por exemplo: “Olá, sou João Ricardo Rios Fonseca Dias Mesquita. Sou geminiano, sou inconstante, instável e odeio hipocrisia. Não como peixe, com exceção de salmão, nem pimentão. Eu componho e canto. Fico feliz quando... fico triste quando...”
Percebeu que ridículo?
E se um maldito dia me der vontade de comer peixe (o que acho bem improvável)? Aí eu não serei mais o “João Ricardo Rios Fonseca Dias Mesquita”?Não faz sentido isso!
Isso quer dizer que você não nasceu para seguir a definição que você mesmo criou sobre si ao longo da sua própria vida. Revelação!
Se eu quiser mudar? Se me der vontade de mudar? Se eu ficar mais feliz mudando?
Continuaria sendo o “João Ricardo Rios Fonseca Dias Mesquita”. A minha essência seria a mesma. Sabe, cada um é especial e único, não adianta! Princípios.
 Em falar em especial, sabe uma coisa que me irritava muito? Antes me chamavam de fofo, educado, lindo...etc E todos esses adjetivos são facilmente identificáveis, não são?
Depois que cresci, as pessoas começaram a me chamar de “especial”.
 Gente, o que é ser especial? Eu não tinha a mínima ideia, eu me achava confuso demais por ser especial.
Até que hoje, faltando horas para eu completar 18 anos, eu descobri! Palmas pra mim! Obrigado Deus, por ter me dado este presente!
Quer palavra mais inconstante e indefinível que ‘’especial’’?  Olha a carga que ela pode trazer... Hoje especial pode indicar problemas neurológicos... como pode significar exclusividade! Ou pode significar João Ricardo Rios Fonseca Dias Mesquita!
Sabe, aprendi a relaxar perante algumas coisas! Parei de me preocupar com o que falariam de mim caso eu saísse do caminho que só eu trilho e percorro (minha vida).
 Quais palavras usariam para me julgar? Louco?! Criativo?! Corajoso?!
Como as críticas são previsíveis!
Outra coisa que aprendi foi o segredo para o sucesso!
Vou contar pra vocês, já encerrando por hora, o que tinha que falar!
Primeiro, escolha o que é sucesso para você. Depois veja se bate com o que eu vou contar-lhes!
Sucesso não é ter dinheiro, é ser feliz!
Pese as palavras, reconsidere todos seus conceitos! Seja feliz acima de tudo, tenha compaixão, ou seja, faça com o outro o que gostaria que fizessem contigo! Mude sempre, seja você mesmo sempre! Seja especial! Seja o que você quiser! Até mesmo uma “giutolonga”, por que não?!
Seja feliz João, seja você!

ps: Obrigado Deus por estes 18 anos! 

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