Surpreendentemente confuso, viu?
Como começar falar de algo que você não queria nem estar
pensando? È complicado, chega até a incomodar, mas sinto que é tão necessário
falar disso.
Eu preciso concretizar o que aconteceu, desembaralhar
essa confusão.
Primeiramente, eu não queria que uma pessoa em especial visse
este texto. Não sei, acho que estou dando um de “louco”, estou sendo infantil.
Tenho medo que essa minha reação pós o que aconteceu, “assuste”
tal pessoa.
Mas não posso negar que tudo aquilo mexeu muito comigo.
Não só o jeito
fofo, mas todo aquele momento, palavras, mensagens, perguntas, “confissões”.
Toda aquela questão, atenção, sinceridade.
Eu fui surpreendido, por isso talvez eu tenha ficado tão
mexido. Surpreendido porque eu vi que existem pessoas boas... sabe?
É muito relativo, eu sei, julgar alguém como “bom”. Uma
pessoa boa, pra mim, é aquela que não é egoísta. Uma pessoa boa é aquela que
faz questão de plantar felicidade e não só colher.
Aquela que trabalha, quebra a cabeça para fazer algo dar
certo. Aquela que às vezes, deixa o orgulho de lado para o bem de uma situação.
Pessoa boa é aquela que, um alguém aí, me mostrou existir
na vida real.
Eu acho que é a primeira vez que alguém não me usa para
alguma coisa.
É a primeira vez que algo simplesmente me toca sem arrancar
pedaço.
É a primeira vez que eu vi que o amor pode existir sem convir
para alguém.
É a primeira vez, sim, foi a primeira vez oras.
Ainda culpo a surpresa pelo meu estado atual!
A surpresa fez me surpreender também. Falei tudo que eu
tinha achado, tudo que eu estava sentindo, isso dois dias depois do primeiro
encontro. E eu jamais pensei ser capaz disso.
Eu ter falado tudo, me deixou profundamente com medo de
estragar o que aconteceu o que podia acontecer, e até mesmo de gerar alguma
culpa.
Estragar algo por ser sincero? E culpa de que? Deu ter me apaixonado? E será que é mesmo
paixão?
Está bem que sem pensar duas vezes eu aceitaria qualquer
proposta, mas, será que eu não estava sob o efeito da surpresa ainda?
Impulsividade surpreende, logo, eu seria impulsivo pra
manter o estado surpreendedor que estava (está) me extasiando.
A questão é, já disse e disse tudo. Falei que gostei, que
eu estava mexido. Falei que estava confuso e que estava disposto. Ouvi o que
não esperava ouvir, ouvi você, seu lado.
Ao invés de me julgar, ou recusar, você disse o que você
sentia. E era isso que eu queria ouvir, não esperava, mas queria. Entende?
De novo, fui surpreendido.
Eu concordo com você em tudo no que disse a mim.
Eu precisava era saber o que fazer e só com meu lado não tinha o plano completo, juntei com o
teu e pronto, já sei como agir.
Droga! Usei “você” no texto. Ah, você nem deve ler mesmo,
porque sei que você ainda sente culpa e com isso deve evitar saber de mim. Eu
até entendo o porquê desse sentimento, dessa culpa. Você vai dizer que você
fez, deixou acontecer. Mas não é porque te convido para dançar que você tem que
me dar sua mão também em casamento. Se eu tive essa intenção e não te disse,
não tem porquê se culpar. Só se arrepender, mas eu lamentaria muito, muito
mesmo se você se arrependesse do que houve entre a gente.
Não se culpe, nem me culpe. Culpe a surpresa se quiser
culpar alguém.
Ela me fez te olhar com outros olhos e ainda estou
surpreso por a gente ter acontecido. Surpreso pela nossa intimidade, respeito e cumplicidade. Surpreso por eu ter tido a oportunidade de te conhecer.
Eu, aquele que se julgava tanto, está surpreso com o que
atraiu. Por eu viver numa ideologia em que as coisas vêm pela lei da atração,
do “colheu plantou” (“coisa boa atrai coisa boa”), fiquei surpreso ao descobrir
que finalmente estou fazendo certo, pois tive você.
Você é a prova de que sou uma pessoa boa também e por
isso mexeu tanto comigo.
Você lá no quarto, no banco da pracinha, nas mensagens...
sempre me mandando parar de me menosprezar e olha o que foi preciso acontecer
para eu ver que sim, eu sou bom sim, estou fazendo certo!
Hoje, essa foi sua missão comigo. Amanhã, pode ser outra,
talvez uma um pouco mais duradoura! Eu posso ter missões contigo também, será
que já te ensinei alguma coisa?
No fundo, eu te quero, quero muito. Mas sei esperar, não por
você, mas pelo tempo necessário para podermos nos encontrar de novo. Isso é o que
eu quero, tomara que os ventos soprem a meu favor. Os ventos de setembro do ano
que vem quem sabe? E sabemos que setembro venta, te mostrei que componho muito
sobre isso!
Que sua frieza derreta, que eu amadureça. Que sua mente
esteja livre e que eu esteja menos receoso.
Que se num tempo, naquele tempo certo que disse, a gente
se reencontrar que seja bom, assim como fomos, ou melhor, somos um para o
outro.
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