Amor mal amado é igual a cigarro. Considerando que pra mim,
vício, é uma questão de rotina, o amor mal amado seria o amor por conveniência.
O único bem que o cigarro te traz, é a satisfação; mesmo que
momentânea e ilusória.
O amor por conveniência também. Ter alguém que satisfaz
sempre, é alimentador.
Chamar essa relação de “amor”, não é adequado. Mas esse
termo será compreendido, pois muitos julgam tal espécie de relação como amor.
Assim como chamar vício de doença e não opção.
Eu não sei o que é amor de fato, mas sei o que não é.
O amor não pode ser tão baixo ao ponto de ser tão conveniente
e incompleto.
Cigarro adoece, enfraquece, mata aos poucos. Cigarro alimenta e anestesia tormentos, por
isso causa câncer.
Cigarro somatiza, tira a ênfase. Cigarro engana, cigarro
mata.
Amor mal amado desgasta, cansa. Amor mal amado alimenta,
mas não supri. Amor mal amado acumula desgostos, insatisfações. Amor mal amado
tira o ar sem atacar os pulmões.
Ex-fumantes sofrem efeitos colaterais do cigarro por 20
anos.
Ex mal amantes sofrem pela ilusão até abrirem os olhos
(renascerem).
(...)
Todos têm a chance de recuperar. A rotina é sua, faça o
que quiser dela.
Não ame sem amar. Substitua a fumaça por novos ares.
Em cada trago que se dá, se traz tudo, menos o que se
deseja.
Em cada “eu te amo” sem saber amar, é inútil, iludi, só
enfeita.
Satisfaça-se sem medo; por si mesmo.
Nada além de si, pode deixar-te tão satisfeito.
Assim que parar de tossir, sua voz vai voltar a ser ouvida.
Use-a para dizer o que quer, o que precisa.
Escarre e cuspa o que não quiser. Saia da rotina de usar
coisas para fugir de si mesmo.
Vista-se, apague o cigarro e despeça de quem você não
ama, mas, queria amar.
Olhe pro espelho, sorria. Você está prestes a se satisfazer,
você está pronto para se encontrar.
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