Talvez eu não esteja no ambiente perfeito, talvez o clima
não esteja aconchegante o suficiente.
Talvez eu esteja bem, talvez eu já tenha sido curado.
Mas ainda passam pelas minhas veias, soluções: químicas
e teóricas.
Estou absorvendo vida, cura e respostas.
As soluções matam: um que foi eu, uns vocês, umas fases e
limpam sem chance à regeneração. Limpam para dar espaço, desocupar.
As soluções me tornam imune às experiências repetidas.
Minhas experiências foram expelidas e também já foram escritas.
Aos poucos, por doses e de gota em gota, vou me tornando
imune a certos venenos, pensamentos e desejos.
Imune a você, ele, ela. Imune a um que fui um dia, a um
tempo que ficou confuso por tantos rodeios.
(...)
Talvez minha faca esteja afiada. Talvez a resistência do
material a ser cortado, esteja baixa.
Talvez eu possa ter forçado demais, ou talvez isso
simplesmente não fosse mais para durar em mim.
Cortei os laços antes que se fortificassem; virassem
corda pronta para que eu me enforcasse.
Talvez os nós foram desatados, solucionados.
Talvez muitos de nós tenhamos sido desatados,
solucionados. E por isso agora,
separados.
Talvez fosse contra lei sobrar resquícios daquela vida em
mim. Talvez aquela vida, dura e pesada vida, fosse resistente demais.
A primeira solução tomada, foi insuficiente.
A outra foi injetada, logo, foi mais quente.
Enquanto correm pelas minhas veias, respostas. Jogo e
excito todas as dúvidas, para que eu possa finalmente fechar essas e abrir
novas portas.
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