quinta-feira, 9 de maio de 2013

Talvez, tal veia



Talvez, tal veia


Talvez eu não esteja no ambiente perfeito, talvez o clima não esteja aconchegante o suficiente.
Talvez eu esteja bem, talvez eu já tenha sido curado.

Mas ainda passam pelas minhas veias, soluções: químicas e teóricas.
Estou absorvendo vida, cura e respostas.

As soluções matam: um que foi eu, uns vocês, umas fases e limpam sem chance à regeneração. Limpam para dar espaço, desocupar.

As soluções me tornam imune às experiências repetidas.
Minhas experiências foram expelidas e também já foram escritas.

Aos poucos, por doses e de gota em gota, vou me tornando imune a certos venenos, pensamentos e desejos.

Imune a você, ele, ela. Imune a um que fui um dia, a um tempo que ficou confuso por tantos rodeios.

(...)
Talvez minha faca esteja afiada. Talvez a resistência do material a ser cortado, esteja baixa.
Talvez eu possa ter forçado demais, ou talvez isso simplesmente não fosse mais para durar em mim.

Cortei os laços antes que se fortificassem; virassem corda pronta para que eu me enforcasse.

Talvez os nós foram desatados, solucionados.
Talvez muitos de nós tenhamos sido desatados, solucionados.  E por isso agora, separados.

Talvez fosse contra lei sobrar resquícios daquela vida em mim. Talvez aquela vida, dura e pesada vida, fosse resistente demais.

A primeira solução tomada, foi insuficiente.
A outra foi injetada, logo, foi mais quente.

Enquanto correm pelas minhas veias, respostas. Jogo e excito todas as dúvidas, para que eu possa finalmente fechar essas e abrir novas portas.



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