domingo, 7 de julho de 2013

Boa festa

"Boa festa"



Queria poder evitar todo este tormento. Mais uma vez, ignorei a luz e fiquei perdido no escuro.  Mais uma vez, acreditei em atalhos e fiquei preso na contramão.

Percorri 196 quilômetros para ver alguém. Mas ficamos separados pela vaidade, orgulho e falta de caráter. Marquei essa viagem há três semanas, e de repente fui obrigado a mudar meu trajeto intencional. Tive que desvirtuar e desviar minha vontade.

Você me dispensou. Ao invés de dizer “ah, fica comigo”, você me mandou ir. Essa atitude, você sabe, excita a maldita dopamina.
Você disse “boa festa”, então eu aproveitei e fui anestesiar os efeitos colaterais deste hormônio maldito.  Nisso, impedi também que ele tomasse conta de mim igual nos últimos 14 meses.

Relaxe, você não significa tanto assim, na verdade, você não significa nada pra mim. Mas, essa situação e este enredo me perseguem. Espero ter aprendido desta vez, e espero não ter que sujeitar a me atirar em onze para-raios novamente.  Coitados, iludiram-se achando que eu realmente caí na deles, enquanto eu só estava jorrando uma descarga energética de decepção em seus 22 respectivos braços.

Não sei como vai ser daqui pra frente. Talvez, será como era lá atrás – não existia nada. Não vou ficar lamentando, nem imaginando o quanto teria sido divertido, ou o quanto eu não entendi o porquê de você fazer tanta questão, para depois fugir.

Não me arrependo de nada, foi ótimo ter realizado um desejo seu com excelência, assim como estava na intenção da viagem. Você disse para eu ter uma boa festa e pode ter certeza, eu tive mais que isso.


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