Queria poder evitar todo este tormento. Mais uma vez,
ignorei a luz e fiquei perdido no escuro. Mais uma vez, acreditei em atalhos e fiquei preso
na contramão.
Percorri 196 quilômetros para ver alguém. Mas ficamos separados
pela vaidade, orgulho e falta de caráter. Marquei essa viagem há três semanas,
e de repente fui obrigado a mudar meu trajeto intencional. Tive que desvirtuar
e desviar minha vontade.
Você me dispensou. Ao invés de dizer “ah, fica comigo”,
você me mandou ir. Essa atitude, você sabe, excita a maldita dopamina.
Você disse “boa festa”, então eu aproveitei e fui
anestesiar os efeitos colaterais deste hormônio maldito. Nisso, impedi também que ele tomasse conta de
mim igual nos últimos 14 meses.
Relaxe, você não significa tanto assim, na verdade, você não
significa nada pra mim. Mas, essa situação e este enredo me perseguem. Espero
ter aprendido desta vez, e espero não ter que sujeitar a me atirar em onze para-raios
novamente. Coitados, iludiram-se achando
que eu realmente caí na deles, enquanto eu só estava jorrando uma descarga energética
de decepção em seus 22 respectivos braços.
Não sei como vai ser daqui pra frente. Talvez, será como era
lá atrás – não existia nada. Não vou ficar lamentando, nem imaginando o quanto teria
sido divertido, ou o quanto eu não entendi o porquê de você fazer tanta
questão, para depois fugir.
Não me arrependo de nada, foi ótimo ter realizado um desejo
seu com excelência, assim como estava na intenção da viagem. Você disse para eu
ter uma boa festa e pode ter certeza, eu tive mais que isso.
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