sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Iô-iô

Iô-iô


Sabe qual a diferença entre você e um iô-iô? Você não está em minhas mãos, porque ir e vir é sua constância. Se eu tivesse você comigo, descaracterizaria tudo isso e tudo deixaria de ser divertido pra você, certo? Além do mais, eu sou a parte do entretenimento aqui.

Quanta tolice! Há tantas coisas divertidas a serem feitas a dois, coisas melhores, mais saudáveis e prazerosas. Tudo melhor que ficar brincando de esconde-esconde em pleno auge dos vinte e poucos anos.
Ficaremos nessa ciranda, ou já posso pedir pra sair? Cansei. Sempre ouvi falar que quem não sabe brincar, brinca sozinho: então me deixe pra lá, pois não sei brincar de lutinha, afinal, não gosto de machucar as pessoas (mesmo que sem querer).

Em falar em machucar, era esse seu medo? Então, conte-me como está sendo encará-lo, já que você conseguiu, mesmo com tanta cautela, me ferir com essa sua inconstância?

Estou achando que sou seu kit diversão. Às vezes sou iô-iô, às vezes peão: você me enrola, aperta, me mantém firme (seguro), depois solta e me deixa confuso (tonto).

Sinceramente, vamos brincar do que eu quiser agora: estátua, vaca amarela e o mestre mandou. Se você comportar direitinho, podemos brincar de cabra-cega em nosso quarto, nossa cama, dentro dos nossos cobertores, mesmo que seja uma brincadeira pra quem já é crescido, uma travessura às vezes te deixaria mais à vontade. – eu sei, bebê.


No final de tudo, concordo um pouco contigo. Pra que ter um relacionamento sério, se ele pode ser engraçado, divertido, apaixonante e ainda assim respeitoso?
Mas, em nosso caso, é uma pena que estamos na parte que o iô-iô só foi e ainda não voltou e que me resta, através desse telefone sem fio, dizer que eu te quero (sempre quis) e que sinto sua falta.

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