quarta-feira, 25 de abril de 2012

Beijos não curam machucados.

Beijos não curam machucados.

Uma vez no parque, quando eu era bem pequeno, eu estava brincando com um amiguinho meu, até que a brincadeira foi interrompida por um acidente bobo... ele escorregou e caiu, ralando então seu braço. Rotina de criança.
Eu fiquei preocupado, claro, e chamei sua mãe a qual foi desesperadamente socorrer seu filho...
Conversa vai, mimos vêm e ela solta uma proposta a ele: “Quer um beijinho para sarar?”.
Eu muito inocente, mas sempre muito curioso fiquei indagando a mim mesmo sobre o poder de um beijo.
Anos passaram e aquela criança que vivia em mim foi-se, deixando só a intenção de seu retorno... Cresci.
Ao crescer, acreditando no poder do beijo, sonhava em dar o meu primeiro. Daqueles expostos nos filmes... daqueles que arrancam suspiros dos mais vulneráveis ao amor...
Pois bem, chegou o dia... Numa viagem com a turma da escola, aconteceu. Beijei.
Não mudou nada em mim, muito menos no ambiente...
Fiquei buscando a magia em cada beijo que dava e nada...
Meio desiludido com o poder que eu acreditava, fiquei, como de costume, indagando o porquê de não ter curado meus anseios, meus problemas... Até que cheguei a um veredito, tenho que beijar alguém que eu realmente ame, alguém que tenha despertado em mim um sentimento puro...  pois aí sim terei o poder do beijo nas mãos!
Mais alguns anos passaram... sim, fiquei anos procurando por alguém... até que eu “encontrei”. Essa pessoa me tinha por completo, me entreguei de corpo e alma a ela... “nos” amávamos, então nos beijamos. Entre outras coisas.
O beijo dela, não era o melhor, mas era o necessário!
Comecei a crer novamente no poder do beijo! Até que eles, os beijos, se tornarem resposta, literalmente.
“Oi amor – beijo” “Eu ando triste – beijo”  “Eu te amo, você me ama? – beijo” ...
O que o beijo significava então? Ele era o que? Um sedativo? Por que as respostas, as palavras, não saiam? Se eu digo, “eu te amo” e se te pergunto se você me ama, quero ouvir de volta, um beijo não agradece, não responde, não indica reciprocidade... ainda mais acompanhado de um eventual silêncio... deixando uma pergunta concreta sem resposta ...
Um beijo mente, é isso?! É esse o sabor da ilusão?
Olhando o outro lado do poder de um beijo, passei a crer que a magia que ele carrega, é bem diferente da que eu imaginava!
Beijos não curam machucados, talvez sim, os cria ou os contamina mais ainda!
Se eu pudesse voltar no tempo, eu perguntaria a mãe do meu amigo, o porquê dela oferecer um beijo para curar o machucado de seu filho...
Será, coitada, que ela acredita que um beijo realmente cura algo?
Se ela passasse álcool, com certeza doeria, mas mataria todas as bactérias do maldito esfolado evitando que sua cura demorasse. ( Desconsidere a apologia ao consumo de bebidas alcoólicas!)
Beijo não cura, beijo não cura!
O que é um beijo então? O que ele significa? Uma preliminar ao sexo, aí sim!
Mas beijo não cura, não cura!
Se beijo curasse, ninguém ficaria doente, ninguém sofreria de amores... estariam todos beijando, opa... já estão não é?
Mas vamos sair dessa alienação de que beijo cura, o mínimo que ele pode fazer é te iludir!
Beijar é bom, bom demais! Eu acho.
Se eu pudesse, nem comeria, só beijaria!
Mas porque eu sei agora, o que um beijo é!
Não use o beijo como resposta, não aceite um beijo como sim.
Dizem que um beijo vale mais que mil palavras, com certeza! Mas quais palavras?
Sabe, num amor há beijos. Beijos valem como palavras, quando não se há nada para dizer ou principalmente responder.
Você e seu amor, olhando as estrelas... um olha para o outro e vem o beijo...
Aí sim!
O beijo pode ser lindo, não generalize seu motivo, pois ele não tem!
Um beijo é...
Não aproveite de sua falta de significados para usá-lo como desculpa...
O beijo marca, por isso não pode curar!
E há beijos e beijos...
Aos que usam o beijo corretamente, um beijo! Aos que não usam, um “bjo”!

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