Beba mais um pouco, embriaque-se; quero ver você em
círculos, talvez voltando pra mim.
Beba mais. Não “encha a cara”, encha o corpo todo até
você se entupir.
Chame meu nome, me ligue. Faça questão e disfarce o
interesse.
Mantenha-me por perto, se te satisfaço às vezes.
Coloque um pouco de mim num cantil, ou num cantinho da
sua casa.
Você jamais me encontrará num bar, ou num copo.
Se quiser meu gosto de novo, sabe bem que é só degustar
meu corpo.
Continue bebendo, o álibi alcoólico é tentador e
anestesia a culpa.
Será que eu te faço bem, ou me desejar é antídoto contra a cura?
(...)
Eu já te quis muito, quase viciei em você.
Mas isso não é tudo, eu não te tinha numa garrafa para
sempre que sentir vontade, beber.
Fui curando o vício, deixando isso estar cada vez mais
destilado.
Foi difícil, mas de tanto te deixar pra lá, o sentimento
foi praticamente abandonado.
Deixei a tampa aberta, você praticamente evaporou.
Pena, está acabando tudo: vontade, paixão e amor.
Não iludi, só eu
fiquei tonto.
Não te confundi. Aja
com maturidade e coloque um ponto.
Quem sabe eu coloco mais dois na frente (na horizontal)
para propor uma continuidade: reticências.
Ou arranco a página, por ter finalmente tomado um gole de
decência, não carência.
Um comentário:
Que perfeito João!
Te amo muito
A tia
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