Sumi? (estou aqui, sempre estive.)
Quatro meses depois você me liga e diz que eu sumi. Se eu
sumi, como você me encontrou agora?
Talvez, por eu ter deixado alguns hábitos e rotinas de
lado nos distanciamos, mas, sumir?
Mesmo eu residindo no mesmo apartamento, usando o mesmo
e-mail e com o mesmo número de celular.
Mesmo eu ainda tendo o mesmo nome e mesmo ainda sermos um
que somados dão dois; você pega e diz que eu sumi.
Não é coincidência demais eu ter aparecido só quando você
começou a me procurar?
Pois é, também acho que não seja coincidência.
Você tendo me procurado ou não, é irrelevante.
Eu não esperava por isso vindo de ninguém, muito menos de
você. Mas aja com mais sinceridade, escolha melhor as palavras; não diga que eu
“sumi”.
Então, já que você veio falar comigo agora, podemos
começar do zero, afinal, passaram-se quatro
meses.
Muita coisa
passou, até mesmo eu por você numa quinta-feira a tarde.
E eu não te
cumprimentei porque você não me viu; talvez ali eu tivesse sumido, ou quisesse
sumir.
Este “sumir”
seria opção minha, mas que fique claro que me achar é sempre uma opção sua.
Se um dia a gente
marcar de se ver, não venha você chamar a nossa junção de “encontro”.
Ninguém se perdeu
ou sumiu aqui.
Podemos chamar de
reencontro de sentidos; encontramos razões e motivos para limparmos os vidros e
nos vermos novamente.
Entendeu que eu não
sumi?
O que sumiu foi
minha vontade de você. Eu a escondi até ela cair na real e ver que é
dispensável por mim também.
Eu não sumi, o
que eu queria era sumir você pra sempre de mim.
Se eu
consegui? Eu quem não vou procurar
saber, vai que acho o que demorei quatro meses escondendo.
João
Ricardo Rios Fonseca Dias Mesquita - joaoricardocontato@gmail.com www.storiesofahummingbird.blogspot.com
18 anos, estudante de
Publicidade e Propaganda, compositor e colunista.
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