sábado, 6 de abril de 2013

Sumi? (estou aqui, sempre estive.)


Sumi? (estou aqui, sempre estive.)



Quatro meses depois você me liga e diz que eu sumi. Se eu sumi, como você me encontrou agora?

Talvez, por eu ter deixado alguns hábitos e rotinas de lado nos distanciamos, mas, sumir?

Mesmo eu residindo no mesmo apartamento, usando o mesmo e-mail e com o mesmo número de celular.
Mesmo eu ainda tendo o mesmo nome e mesmo ainda sermos um que somados dão dois; você pega e diz que eu sumi.

Não é coincidência demais eu ter aparecido só quando você começou a me procurar?

Pois é, também acho que não seja coincidência.

Você tendo me procurado ou não, é irrelevante.
Eu não esperava por isso vindo de ninguém, muito menos de você. Mas aja com mais sinceridade, escolha melhor as palavras; não diga que eu “sumi”.

Então, já que você veio falar comigo agora, podemos começar do zero, afinal, passaram-se quatro meses.
Muita coisa passou, até mesmo eu por você numa quinta-feira a tarde.
E eu não te cumprimentei porque você não me viu; talvez ali eu tivesse sumido, ou quisesse sumir.

Este “sumir” seria opção minha, mas que fique claro que me achar é sempre uma opção sua.

Se um dia a gente marcar de se ver, não venha você chamar a nossa junção de “encontro”.
Ninguém se perdeu ou sumiu aqui.
Podemos chamar de reencontro de sentidos; encontramos razões e motivos para limparmos os vidros e nos vermos novamente.

Entendeu que eu não sumi?
O que sumiu foi minha vontade de você. Eu a escondi até ela cair na real e ver que é dispensável por mim também.

Eu não sumi, o que eu queria era sumir você pra sempre de mim.

Se eu consegui?  Eu quem não vou procurar saber, vai que acho o que demorei quatro meses escondendo.


João Ricardo Rios Fonseca Dias Mesquita - joaoricardocontato@gmail.com            www.storiesofahummingbird.blogspot.com
18 anos, estudante de Publicidade e Propaganda, compositor e colunista.

Nenhum comentário: