Eu tenho sorrisos aqui, mas não precisa roubá-los, já são
seus. Eles desabrocham quando seu nome é pronunciado, ou até mesmo pensado.
Eu penso em você, eu penso em nós. E o melhor de tudo é
que eu estou perdendo o medo disso.
Parece bobagem temer paixão, mas não é. Muitos dizem para
nos entregarmos, darmos a cara a tapa, sermos felizes e viver a vida. Mas, no
meu ponto de vista, isso é ser inconsequente. Numa vida repleta de consequências,
ser inconsequente é burrice, ignorância.
Devemos nos prevenir, mas, prevenir não significa que devemos
nos armar contra algo. Devemos tomar cuidado, agirmos sem pressa, respeitando o
valor do tempo. Se acelerarmos as coisas
para começarem, estamos mostrando disposição e aceitação para acabarem
proporcionalmente.
(...) Vou fazer algo que nunca fiz antes.
Vou revelar onde está e quem é aqui, neste texto, meu eu
- lírico. Para começar, eu não estou apaixonado, mas, se estivesse meus
sorrisos seriam estas flores que desabrocham em qualquer estação.
Analisando a situação deste que mora em mim, me
identifiquei. Por isso, excepcionalmente neste texto, vou apartar-nos por um
instante.
Meu eu – lírico está
apaixonado, ou com resquícios de uma de minhas antigas paixões, e por isso está
se declarando. Mas, quando ele disse que
está perdendo o medo, me senti ameaçado. Tive medo de ele contar no que eu estou
trabalhando em mim, sem que eu assumisse isso antes. – insight.
Eu não sei em que estágio estou, mas sei que estou
trabalhando nisso. Perder o medo, não é fácil.
O medo omite, resseca, congela. O medo enfraquece e nos
faz querer fugir. O medo é a dívida da herança de um sentimento bom, morto.
Paguemos as dívidas e perdoemos quem nos endividou. Às
vezes, não temos que ir longe demais para pedir perdão; é só perdoarmos a nós mesmos.
Já vi muitas pessoas endividadas, mas nunca vi alguém
repetir a dívida. As pessoas tentam de novo, e é isso que devemos fazer: tentar.
Certo, não acho que devemos estar sempre endividados –
Deus, nos livre! Mas, acho que esta atitude de tentar de novo, é uma graça.
No meu caso, tentar de novo é ter coragem. Tem gente, que
por inconsequência, não tenta, insiste. Extrapola limites, seus próprios
limites, e morre em desgosto .
Tudo tem um preço, tudo tem um tempo. Talvez, para
aprendermos algo, pagamos em prestações. Assim, talvez, o que está sendo
ensinado, fixa em nossa mente, até fazer parte da nossa vida. Pense que por ser
uma graça tão grande, só tivemos condição de adquiri-la desta forma. De
pouquinho em pouquinho , sem nos apertar!
Mas, também acho, que Deus sempre nos dá a condição de
pagarmos à vista. Mas, nós somos muito teimosos ainda e nossa fé também está
fraca. Gastamos a disposição com outra coisa e depois, somos obrigados a pagar
a prazo. De qualquer forma, pagamos e adquirimos o produto/graça/lição.
Se eu não fui claro, talvez seja porque nem eu sei
direito o que está acontecendo. – vou deixar brilhar. Como disse, tive um “insight” após me
identificar com o que meu eu – lírico revelou, e resolvi dissertar.
Sobre isso, concluo por hora, que devemos evitar dever.
Mas, se inevitável, continue tentando. Planeje e aprenda com as paixões, para
poder amar à vista.