Fim
Talvez o fim nunca
comece, apenas se estabelece. Sabemos que é o fim, quando a distância que
separa os corpos, é apenas as extremidades da cama. – cada um numa ponta. O fim respira, quando o
silêncio é dado não por falta de assunto, mas por falta de querer ter o que
conversar.
O fim é sentido antes mesmo de tudo acabar.
Quando o sabor dos beijos não satisfaz, sacia. Quando o
abraço não acolhe, sufoca. Quando o carinho não acalma, arranha. Quando o tempo
não passa e damos importância a isso, é porque está acabando.
Mas, não é óbvio como as coisas chegaram a este ponto? Se
percorremos um caminho, um dia tínhamos que chegar a algum lugar, logo, fim. Não
há culpa, não há perdão. Talvez lamentemos um pouco – é estranho sair da
rotina.
Para onde fomos durante este tempo? Onde chegamos? Somos
turistas, ou estamos visitando a terra natal da solidão?
Agora não preciso preocupar em comprar uma lembrança para
você. Até porque, durante um tempo, seremos a lembrança um do outro.
Nosso trajeto e destino não são tão importantes assim, já
que sabemos que chegamos. Se estamos aqui, pra que descobrir o porquê e como.
Chega de justificativas, vamos ser práticos.
Em situações como a nossa, o início começa pelo fim. Agora,
o início de que, eu não sei. Mas, sei que algo novo começa em breve, pois há
espaço na cama, lábios sedentos, corpo quente. Há novos assuntos, novos vãos e intenções.
Agora sou eu, não nós. Agora acabou e calou a canção, a
história, nossas vozes.
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