segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Fim


Fim


 Talvez o fim nunca comece, apenas se estabelece. Sabemos que é o fim, quando a distância que separa os corpos, é apenas as extremidades da cama.  – cada um numa ponta. O fim respira, quando o silêncio é dado não por falta de assunto, mas por falta de querer ter o que conversar.  

O fim é sentido antes mesmo de tudo acabar.

Quando o sabor dos beijos não satisfaz, sacia. Quando o abraço não acolhe, sufoca. Quando o carinho não acalma, arranha. Quando o tempo não passa e damos importância a isso, é porque está acabando.

Mas, não é óbvio como as coisas chegaram a este ponto? Se percorremos um caminho, um dia tínhamos que chegar a algum lugar, logo, fim. Não há culpa, não há perdão. Talvez lamentemos um pouco – é estranho sair da rotina.

Para onde fomos durante este tempo? Onde chegamos? Somos turistas, ou estamos visitando a terra natal da solidão?

Agora não preciso preocupar em comprar uma lembrança para você. Até porque, durante um tempo, seremos a lembrança um do outro.  

Nosso trajeto e destino não são tão importantes assim, já que sabemos que chegamos. Se estamos aqui, pra que descobrir o porquê e como. Chega de justificativas, vamos ser práticos.

Em situações como a nossa, o início começa pelo fim. Agora, o início de que, eu não sei. Mas, sei que algo novo começa em breve, pois há espaço na cama, lábios sedentos, corpo quente. Há novos assuntos, novos vãos e intenções. 

Agora sou eu, não nós. Agora acabou e calou a canção, a história, nossas vozes.


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